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BERKSHIRE HATHAWAY
A Berkshire Hathaway é uma companhia americana que supervisiona e gere um conjunto de subsidiárias. O desempenho dos negócios da empresa é um fiel espelho do enorme talento para multiplicar dinheiro de um homem: Warren Buffett. Em 1965, quando assumiu o controle da Berkshire Hathaway, na época uma firma de origem no setor têxtil, mas que também vendia seguros, as ações da companhia eram negociadas a menos de US$ 10. Hoje, uma única ação custa quase US$ 100 mil, após uma assombrosa valorização de 1.000.000% em pouco mais de quarenta anos. Quem tivesse aplicado US$ 1 mil em ações da firma de Buffett na época, teria hoje US$ 10 milhões.
A história da Berkshire Hathaway teve início muito antes de Warren Buffett entrar para o mundo dos negócios. A Hathaway Manufacturing Company foi fundada em 1888 pelo comerciante chinês Horatio Hathaway. O negócio da empresa era o de tecidos de algodão e obteve grandes lucros até o início do declínio da indústria do algodão após a Primeira Guerra Mundial. O empresário Seabury Stanton, que colocou muito do seu próprio dinheiro para manter a empresa em curso, foi o grande responsável pela manutenção do negócio durante os anos mais difíceis.
Na década de 50, Stanton decidiu realizar a fusão da empresa com a Berkshire Fine Spinning Associates Inc, uma empresa que tinha operado no ramo de moagem de algodão desde o início do século 19. A empresa resultante da fusão era enorme: com 15 fábricas, mais de 12.000 empregados e receita de mais de 120 milhões de dólares. A denominação da nova companhia passou a ser Berkshire Hathaway.
Seabury Stanton tinha o objetivo de manter o negócio, mas ele não era um especialista financeiro. Até o final dos anos 50, a empresa tinha fechado sete das suas instalações e demitido um grande número de trabalhadores. O preço das suas ações havia caído e muitos especialistas já alertavam para uma falência eminente. Porém este quadro de crise começou a ser revertido com a entrada na companhia de um dos maiores visionários do mundo dos negócios: Warren Buffett.
O americano Warren E. Buffett nasceu na cidade de Omaha, Nebraska. Seu pai, Howard Buffett, foi um corretor da bolsa e membro do Congresso dos Estados Unidos. Desde cedo, Buffett tinha uma queda por números: aos oito anos começou a ler os livros do pai sobre o mercado de ações. Aos 13 anos trabalhava como entregador de dois jornais. Com suas economias comprou máquinas de fliperama usadas, chegando a sete máquinas e um faturamento de US$ 50 semanais. Aos 16 anos Buffett já possuía US$ 6.000 em economias. Ele estudou na Universidade do Nebraska e fez um mestrado em economia na Escola de Negócios de Colúmbia, sendo aluno de Benjamin Graham.
Após concluir seus estudos, Buffett continuou em contato com seu ex-professor, Ben Graham, indo trabalhar em 1954 na Graham-Newman, que se dissolveu dois anos depois. Voltou a Omaha em 1956, sem nenhum plano em mente, até que alguém lhe pediu que cuidasse de seus investimentos. Com o apoio da família e dos amigos, aos 25 anos, Buffett começou uma sociedade limitada de investimentos com sete pessoas que lhe confiaram US$ 105 mil.
Buffett não somente comprou posições minoritárias, como também majoritárias em várias companhias. Acreditando que os momentos de baixa eram a oportunidade perfeita para aumentar a carteira com papéis de uma empresa e esperar pela valorização, Buffet adquiriu a Berkshire Hathaway, em 1964, durante o auge das dificuldades financeiras. Depois que Warren Buffett assumiu o controle, a empresa passou a funcionar em duas áreas. Em primeiro lugar, ele manteve o seu core business de têxteis; em segundo, começou gradualmente a utilizá-lo como um instrumento de investimento.
No ano de 1967, a empresa ingressou na área de seguros, adquirindo a National Indemnity. Dois anos depois, adquiriu o Illinois National Bank. Também nesse ano, foi liquidada a Buffett Partnership, Ltd., cujos investidores passaram à condição de acionistas da Berkshire Hathaway - que passou a representar o papel de holding de seus investimentos, com suas ações negociadas no mercado. Já em 1969, a Berkshire Hathaway tinha lucros anuais de cerca de 30%. No ano de 1977, os lucros operacionais somavam US$ 21,9 milhões - valor que dobrou em três anos. Em 1983, o número de acionistas subiu de 1.900 para 2.900. O valor da ação subiu de US$ 737 para US$ 975.
Com o passar do tempo, Buffett percebeu que o negócio de têxteis estava em dificuldades, devido ao aumento da concorrência estrangeira e alta dos custos estruturais. Em 1985, a Berkshire Hathaway interrompeu o seu papel histórico de empresa têxtil, encerrando as deficitárias operações no setor.
As participações minoritárias da Berkshire somavam ações adquiridas por US$ 275 milhões e que valiam US$ 1,2 bilhões no mercado; com destaque para os 38% detidos na Geico. Em 1988, a empresa investiu US$ 592 milhões em ações da Coca-Cola - vindo a investir mais US$ 400 milhões no ano seguinte - quando as ações da Berkshire passaram a ser listadas na Bolsa de Valores de Nova York. No mesmo ano, o valor contábil da Berkshire cresceu US$ 1,5 bilhão, nada menos que 44,4%. Sua participação na Geico ultrapassou a barreira de um bilhão de dólares - apesar de o investimento inicial ter sido de apenas US$ 45,7 milhões.
Buffett ganhou sua fortuna baseando seus investimentos em empresas com potencial de crescimento em longo prazo. Um dos ensinamentos que ele gostava de passar adiante era que: paciência vale ouro. Segundo ele, o bom investidor se compromete com as ações de uma boa companhia para toda a vida e ignora ascensões e quedas momentâneas. Buffett não costumava se arriscar em ofertas iniciais de ações (IPOs) e preferia ações de companhias que vendessem produtos tradicionais, como alimentos e roupas. Sinal de sua cautela é a recusa em adquirir ações de empresas de tecnologia. Apesar disso, ele já admitiu em público seu arrependimento por não ter comprado a Microsoft, por exemplo, do seu grande amigo Bill Gates, quando o valor das ações da empresa ainda estavam em um patamar que justificavam o investimento.
Alguns dos principais investimentos da Berkshire Hathaway foram: American Express, Walt Disney Company, Coca-Cola Company e Gillette. Anteriormente, a empresa dedicava-se unicamente a investimentos em longo prazo. Recentemente a companhia entrou num conjunto de negócios não relacionados com seguros, como: arte e decoração, publicação de jornais, venda de enciclopédias, distribuição de uniformes, joalheria e calçados. Entre 2000 e 2001, a Berkshire adquiriu a Benjamin Moore, da área de tintas industriais; a Shaw Industries, produtor de tapetes e a Johns Manville, produtora de impermeabilizantes.
Uma multidão cada vez mais numerosa se reúne todos os anos para ouvir os conselhos do investidor americano Warren Buffett no tradicional encontro de acionistas de sua empresa. No ano passado, o encontro atraiu 20.000 pessoas entre investidores e curiosos. Em maio deste ano mais de 30.000 pessoas estiveram presentes. Hoje suas idéias são cultuadas de maneira quase religiosa por seguidores e são propagadas em centenas de livros nos Estados Unidos.
No dia 29 de fevereiro de 2008, Buffet anunciou em sua carta aos acionistas da Berkshire Hathaway seu único investimento em moeda estrangeira para o ano de 2007 e, para espanto de todos, o investimento que vinha fazendo desde 2002 era na moeda brasileira (real) frente ao dólar. Somente em 2007 o dólar recuou 17,2% em relação ao real. Com esse investimento Warren conseguiu um lucro de 2,3 bilhões de dólares. Na mesma carta, Warren deu indicios sobre sua possível sucessão na direção da Berkshire Hathaway.
Sobre o destino de sua fortuna, Buffett costumava dizer que deixaria para os filhos apenas o suficiente para que eles fizessem o que quisessem - mas não demais, senão eles não fariam coisa alguma. O resto doaria para a caridade. Foi o que fez. Em junho de 2006, se comprometeu em doar sua fortuna para a caridade após sua morte, sendo que 85% foram destinados para a Fundação Bill e Melinda Gates, fato que ganhou fama como o maior ato de caridade da história.
Buffett continua ativo na compra de participações significativas em diversas companhias, nas quais acompanha a gestão do negócio. Sua fortuna é estimada em 62 bilhões de dólares, o que lhe garante o título de pessoa mais rica do mundo no ranking de 2008 da revista Forbes. Apesar de sua imensa fortuna, Buffet é famoso por levar uma vida despretensiosa, pois continua vivendo na mesma casa, no bairro de Dundee, em Omaha, comprada em 1958 por US$ 31,5 mil dólares.