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SONY

Inovação, tecnologia avançada, qualidade e durabilidade. São estes os valores fundamentais que a Sony tem defendido ao longo dos seus quase 62 anos de existência. A multinacional japonesa nasceu das cinzas do pós-guerra e foi uma das principais responsáveis pela reinvenção do Japão nas últimas décadas. Através da renovação dos seus produtos e da expansão internacional, a Sony não só conseguiu diferenciar-se dos competidores como também fez crescer o mercado mundial para níveis inimagináveis. Seus produtos fazem parte do cotidiano de milhões de pessoas no mundo inteiro. Nasceram na Sony o rádio de bolso, o videocassete, o Walkman, o CD player e o Playstation.

A Sony foi fruto das idéias de dois japoneses: Masaru Ibuka, um engenheiro, e Akio Morita, um físico. Akio nasceu em 1921 com um destino predeterminado: ser o herdeiro do negócio de saquê da abastada família Morita. Contudo, entusiasmado pela música clássica ocidental, que ouvia regularmente, e pelas revistas eletrônicas nipônicas, de que era assinante assíduo, o jovem Morita desde cedo começou a interessar-se pela eletrônica. Por isso, optou por estudar física na Universidade Imperial de Osaka. Após concluir a licenciatura, em 1944, foi admitido como tenente na Marinha Imperial e iniciou a sua vida profissional no Centro de Pesquisa Naval Japonês. E foi aí que conheceu Masaru Ibuka, então engenheiro-chefe da Companhia de Instrumentos de precisão do Japão.

Masaru Ibuka era um apaixonado pela tecnologia e sonhava criar produtos inovadores. O primeiro projeto de Ibuka, uma máquina para cozer arroz, correu bastante mal. Mas o desenvolvimento de almofadas aquecedoras elétricas foi mais bem sucedido, o que permitiu equilibrar a situação financeira do jovem empresário. Ao tomar conhecimento desses projetos, Akio decidiu abandonar a carreira militar e associar-se ao amigo. Assim, em 1946 nascia a Tokyo Tsushin Kogyo (Empresa de Comunicações de Tóquio), com um investimento equivalente a 190.000 ienes. A empresa foi fundada em um dos grandes armazéns bombardeados da cidade de Tóquio com 20 empregados que reparavam equipamentos elétricos, ao mesmo tempo, que tentavam construir os seus próprios produtos.

A primeira aposta foi o lançamento de um inovador leitor de fita magnética, concebido para o mercado emergente do ensino da língua inglesa. O produto teve uma enorme aceitação junto às escolas e universidades locais. Mas o mercado japonês ainda sofria os efeitos devastadores da segunda guerra mundial. Logo, a maioria dos consumidores não dispunha de meios financeiros para comprar eletrônica sofisticada. Akio Morita foi o primeiro entre os japoneses a perceber que teria de se voltar para os Estados Unidos se quisesse crescer, o que os levou a alterar a designação da empresa para Sony.

A combinação de duas palavras deu origem ao nome da empresa: uma é a palavra latina sonus que é a raiz da palavra som; a outra é sonny boy, uma expressão popular utilizada na época, no Japão, e que significava uma pessoa jovem com um espírito livre e pioneiro. As palavras foram utilizadas, justamente, para mostrar que a Sony era um grupo de pessoas jovens apaixonadas pela inovação.

O rádio transistorizado foi a arma escolhida para o ataque aos mercados internacionais. Em 1954 a empresa obteve uma licença para fabricar transistores. O transistor tinha sido inventado na América, porém ainda não havia sido aplicado a rádios. No ano seguinte a Sony lançou o primeiro rádio transistor do mundo. Os pequenos e resistentes rádios portáteis da Sony rapidamente conquistaram os consumidores em todo o mundo e estabeleceram uma reputação de qualidade e de inovação para a empresa.

O criador da Sony foi um gênio do marketing. Muito do fascínio exercido por Morita se deve à maneira como ele conquistou o ocidente. Para vender a imagem da Sony e de seu país, ele mudou-se com a família para os Estados Unidos, aprendeu a falar inglês e agir como um homem de negócios ocidental. Ele deu uma enorme contribuição para renovar a imagem do Japão. Nos anos que se seguiram à derrota na Segunda Guerra Mundial, os japoneses eram vistos como um povo atrasado, incapaz de fabricar produtos confiáveis ou competir com o ocidente. Morita mudou esse quadro e, até hoje, ninguém mais pensa assim.

Desde o lançamento do rádio portátil, poucas empresas igualaram o percurso da Sony no campo da invenção e da inovação. No domínio da imagem registra-se, em 1968, o lançamento do primeiro televisor a cores com cinescópio: o Trinitron. O primeiro vídeo gravador doméstico do mundo é um Sony e data de 1964. Nos anos que se seguiram, o produto mais revolucionário, nos hábitos e no impacto tecnológico, foi o Walkman. Tudo começou quando Masaru Ibuka disse a Akio Morita que gostaria de ouvir música o tempo todo, mas que carregar o equipamento era muito desconfortável. Morita imaginou que muitos jovens tinham o mesmo problema. Assim, pediu aos seus funcionários que construíssem um pequeno gravador experimental, com fones de ouvidos leves e confortáveis. O primeiro Walkman foi desenvolvido em abril de 1979 e vendeu cerca de 1.5 milhões de aparelhos em seus dois primeiros anos no mercado, 30.000 somente nos três primeiros meses.

A criatividade de Morita, além de projetar muitos produtos, promoveu na Sony um clima organizacional de liberdade, abertura de espírito e vontade de aceitar desafios. Ao longo de sua gestão, Morita sempre esteve empenhado em promover a inovação na empresa, mas em alguns casos encontrou resistência por parte de seus próprios gerentes. Muitos jovens talentos eram impedidos de se manifestar, comprometendo a filosofia inovadora da empresa. Dono de uma notável visão sistêmica, Morita entendeu que se demitisse os gerentes que estavam adotando esta prática, outros viriam e, provavelmente, fariam a mesma coisa. Então elaborou um plano de avaliação profissional, onde uma das questões de desempenho era: Que talentos você revelou para a Sony?

A Sony, desde os anos 70, ficou conhecida por desenvolver mídias para concorrer com outras existentes e propagar as chamadas ?guerras de formatos?. A primeira aconteceu nos início dos anos 80 quando a empresa propôs a fita Betamax para concorrer diretamente com o VHS. No início dos anos 90 introduziu o MiniDisc para substituir a fita K7. Atualmente a Sony possui um formato próprio de memória em suas câmeras digitais, o Memory Stick, se opondo a todas outras fabricantes que utilizam cartões compatíveis. A partir de 2005 desencadeou a ?batalha? das mídias de alta resolução que irão suceder o DVD: seu disco Blu-ray que recentemente desbancou o concorrente HD-DVD.

Os últimos anos assinalaram também a dominante presença da Sony em universos como o de celulares, dos consoles de jogos com o Playstation, dos computadores pessoais com o VAIO, das televisões LCD de alta definição com a BRAVIA e na robótica doméstica com o AIBO e o QRIO - robôs de entretenimento que assumem, respectivamente, a forma canina e a forma humana. A Sony Corporation também é a proprietária dos estúdios de cinema Columbia Tri-Star Pictures, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) e da gravadora Sony Music, responsável por artistas como Michael Jackson, Mariah Carey, Oasis, Pink Floyd, Silverchair, entre outros super astros, estando presente em diversos meios de comunicação e entretenimento em todo o mundo.

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