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H.STERN
Não é de hoje que o design brasileiro vem fazendo sua história no mundo. E um dos maiores ícones desta história é, com certeza, o grupo H.Stern. Por trás da marca em ascensão, estava Hans Stern, um jovem de origem alemã e coração brasileiro que em seis décadas construiu um “império de jóias”. De uma pequena sala alugada, com uma mesa e duas cadeiras, a H.Stern cresceu para consolidar-se como a mais importante joalheria do Brasil e uma das cinco de maior prestígio no mundo. O segredo de seu sucesso é a qualidade máxima certificada, um excelente marketing e a mistura certa entre criatividade brasileira e solidez alemã. A H.Stern conseguiu rejuvenescer sem desrespeitar suas raízes: reinventou sua própria fórmula de sucesso e, hoje, é sinônimo de beleza e bom gosto no Rio de Janeiro, em São Paulo, New York, Paris, Frankfurt e em outras importantes cidades ao redor do mundo.
Hans Stern é o nome por trás de toda a trajetória da maior joalheria brasileira. Nascido em Essen, na Alemanha, veio com a família para o Brasil em 1939, às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Na época com 16 anos, instalou-se no Rio de Janeiro e foi trabalhar como datilógrafo numa exportadora de gemas e cristal de rocha. Numa viagem para Minas Gerais, ele conheceu as pedras brasileiras e, fascinado, as trouxe para a então capital e vendeu para os estrangeiros. Encantado pela beleza das pedras, Hans resolveu apostar nesse meio.
Reza a lenda que a história da H.Stern começou com a venda de um acordeão Hohner. Para montar seu negócio, Hans teve que vender o instrumento musical: sua única lembrança trazida da Alemanha. Com o dinheiro arrecadado, abriu, em 1945, um pequeno escritório de compra e venda de pedras preciosas na cidade do Rio de Janeiro. Em 1949, montou a primeira loja no Porto do Rio de Janeiro. Outra loja foi inaugurada logo depois, dentro do Hotel Quitandinha, em Petrópolis. Em seguida, vieram as lojas nos aeroportos e em vários outros hotéis. As joalherias estavam localizadas estrategicamente onde os turistas se concentravam. A H.Stern, com jóias belíssimas, prometia revolucionar o tradicional mercado joalheiro.
Até meados do século passado, os joelheiros só se interessavam por pedras orientais - rubis, safiras e esmeraldas. O Brasil se tornara um país de “pedras mágicas” para Hans, “As pedras preciosas e semi-preciosas brasileiras devem ser um símbolo nacional, assim como o café, o samba e o futebol”, afirmava ele. Para isso, investiu em qualidade. No início dos anos 50, a H.Stern criou um certificado de garantia internacional que assegurava os rígidos padrões técnicos e de qualidade das jóias. O documento também permitia que o cliente solicitasse trocas ou concertos de peças em qualquer uma das lojas da rede. Insatisfeito com o padrão de qualidade das pedras que os fornecedores lhe entregavam, Hans decidiu que a H.Stern devia estar presente em todos os processos de produção: do garimpo à venda ao consumidor final. Criou oficinas dentro da empresa, com ourives e lapidários europeus, para ampliar a produção brasileira de jóias. Dali em diante, todos passaram a conhecer as água-marinhas, turmalinas, ametistas e citrinos brasileiras.
Ainda na década de 50, a H.STERN lançou uma série de iniciativas pioneiras para atrair clientes estrangeiros que visitavam o Rio de Janeiro. A jogada de marketing naquele tempo era mostrar aos turistas como as jóias eram produzidas. Montou uma visita guiada pelas oficinas de ourivesaria de forma que os visitantes pudessem acompanhar todos os passos do delicado trabalho que envolve a produção de uma jóia. A iniciativa acabou virando atração turística de Ipanema. Em 1958, foi a primeira joalheria da América Latina a montar um laboratório gemológico para analisar pedras preciosas e metais nobres e pesquisar novas matérias-primas. Na década de 60, o design H.Stern já era referência no mundo. Reis e rainhas, artistas e um grande número de celebridades visitaram a matriz da H.Stern. Um dos passos mais importantes da empresa foi o lançamento da coleção Catherine Deneuve, a inesquecível musa do filme A Bela da Tarde, nos anos 80. Jóias com a personalidade e assinatura da atriz espalharam-se pelos pulsos e pescoços de clientes no mundo. Foi a primeira joalheria brasileira a criar jóias inspiradas em grandes artistas e lançou o conceito de jóias de design.
Em 1995, no ano de seu aniversário de 50 anos, a H.Stern deu início a uma profunda e ousada reformulação interna. Com o apoio de Hans, Roberto Stern, seu filho mais velho, assumiu a área de criação da empresa. Ele tinha uma visão completamente nova dos negócios. O mercado tinha mudado e os consumidores passaram a exigir estilo. Na época, as jóias eram fundamentalmente confeccionadas para dar destaque às pedras preciosas. O design, com isso, ficava em segundo plano. Roberto decidiu mudar o conceito de fabricação. A empresa precisava ficar na vanguarda, antecipando tendências, modismos e comportamentos. Para isso apostou na criatividade, na simplicidade e na elegância. A H.Stern lançou diversas coleções com inspiração nas artes plásticas, na arquitetura, na música e na moda. A joalheria criou campanhas e catálogos inovadores, conseguindo espaço até em museus e galerias de arte.
Além das transformações no âmbito do design das peças, Roberto Stern também promoveu uma revolução na estrutura organizacional da companhia e na arquitetura de todas as lojas. Apesar de ter lojas próprias em vários países, a grife sofria de um mal que poderia tê-la fadado ao fracasso. Os pontos de venda, as jóias e o marketing não tinham uma identidade global, uniforme. Cada loja apresentava uma decoração diferente e as jóias eram produzidas desordenadamente. Houve uma tremenda resistência dentro da companhia às transformações promovidas. Dos dez principais funcionários de alto escalão da joalheria sobrou apenas um. Com a equipe de designers aconteceu o mesmo. Dos seis profissionais que trabalhavam no Rio de Janeiro, sobraram apenas três. Obstinado, Roberto foi firme às suas decisões e tudo, a partir daquele momento, começou a interagir melhor na empresa. Os designers passaram a trabalhar em conjunto guiados por um briefing. O processo de fabricação também se tornou mais versátil. Depois de um investimento estimado pelo mercado em mais de R$ 100 milhões, a marca padronizou a arquitetura de todas as suas lojas e mudou o logotipo, considerado antiquado.
Tantas novidades impulsionaram o crescimento da H.Stern mundo afora. Primeiro, ela se expandiu pelos países latino-americanos. Depois, para os Estados Unidos, Europa e Oriente Médio. Em 2003, participou pela primeira vez da feira de Basel, na Suíça. No evento, considerado a vitrine das principais grifes de luxo, a empresa anunciou o começo de uma nova era. A joalheria, que desde sua fundação vinha comercializando seus produtos exclusivamente através de lojas próprias, estava passando a trabalhar com uma rede de parceiros para representar sua marca em diversas partes do mundo. Em três anos, com essa operação, a empresa já havia aberto 38 novos pontos de venda.
Na busca por novas experiências que vão além da compra de produtos, a joalheria vem investindo no conceito de “shopping experience”, com ações que exploram todos os sentidos dos consumidores. Em junho de 2007, por exemplo, abriu um spa urbano dentro da sua loja num shopping carioca. Outra estratégia importante é a de marketing. Freqüentemente, celebridades mundiais são flagradas com as jóias da grife em festas. No Oscar de 2001, a atriz Catherine Zeta Jones usou um colar em água-marinha e diamantes na premiação. Um estudo encomendado pela própria empresa mostrou que se a grife tivesse que pagar pela publicidade gerada, a conta seria de US$ 10 milhões, contra o valor de US$ 160 mil do brinco emprestado.
Um fato interessante é que Hans Stern só enxergava com o olho direito. A deficiência nunca foi um empecilho para seu sucesso num ramo que requer perspicácia visual. Ele é o H da H.Stern e o grande responsável pela história de sucesso da empresa que fundou. Em seus 60 anos de história a H.Stern ganhou o mundo com suas criações inconfundíveis e está em pé de igualdade com marcas como Cartier, Bvlgari e Tiffany.