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TIFFANY & CO.
Uma vitrine repleta de jóias é capaz de deixar qualquer mulher hipnotizada. Ainda mais se a vitrine em questão for a da Tiffany & Co., uma das mais famosas joalherias internacionais. A lendária joalheria, imortalizada pela atriz Audrey Hepburn no filme Bonequinha de Luxo, se transformou em sinônimo de bom gosto, glamour e elegância no mundo todo. Seja no item mais barato, seja no mais caro, a matéria-prima é da mais alta qualidade. Suas preciosidades seduzem socialites, top models, figuras do showbussiness e ?apaixonados? à procura do anel de noivado mais cobiçado do mundo.
A história da Tiffany & Co. teve início no dia 18 de setembro de 1837, quando os jovens Charles Lewis Tiffany e John B. Young, com apenas US$ 1 mil para investir em um bom negócio, fundaram a Tiffany & Young na cidade de Nova York, no número 259 da Broadway. A proposta era estabelecer um comércio de artigos de luxo e papelaria para a casa e o escritório. Uma das novidades da loja era a etiqueta com preço não negociável, uma política revolucionária para a época.
Em 1837 foi adotado um dos ícones da economia norte-americana, a tradicional caixinha azul (conhecida como Blue Box), uma marca registrada da empresa. A cor azul (na verdade um azul piscina) foi registrada como marca, sendo utilizada em suas sacolas, embalagens e material promocional. No decorrer do tempo, a cor se tornou parte da identificação da marca. Batizada de Tiffany blue, ela passou a garantir que os embrulhos envolvendo os produtos da loja fossem reconhecidos a muitos metros de distância. Em 1845 foi lançado o primeiro catálogo da loja, o famoso: The Blue Book.
Com o passar dos anos, A Tiffany foi sendo incorporada ao crescimento da cidade de Nova York, fazendo parte dos momentos mais celebrados na vida de seus clientes. Presentes de aniversários, pratarias, anéis de noivados, listas de casamentos e até artigos para bebês podiam ser encomendados na loja. O negócio que tinha começado como um pequeno empório de artigos de luxo e papelaria começava a se tornar um ícone de diversidade, status e bom gosto. Charles Tiffany assumiu o controle total do negócio em 1853 e mudou o nome da loja para TIFFANY & CO.
A partir da década de 1850, a Tiffany começou a ganhar reconhecimento internacional pelos seus artigos de luxo. A Imperatriz Eugênia, da França, considerada exemplo de elegância para a época, presidiu as duas primeiras exposições de jóias, em Paris, nos anos 1855 e 1867, quando a Tiffany tornou-se a primeira empresa americana a ganhar o Prêmio de Qualidade em Prata, fato inédito para as casas americanas de design até então, o que a colocou em condições de igualdade com as tradicionais joalherias européias.
Em 1877, a Tiffany & Co. surpreendeu o mundo com um dos maiores e mais raros diamantes amarelos jamais visto, encontrado nas minas de Kimberley, na África do Sul. Sob a direção de George Frederick Kunz, o primeiro geólogo a ser contratado pela joalheria, o diamante de 187 quilates foi cortado em 90 facetas, conferindo à pedra um inesquecível brilho de fogo. Batizado de Tiffany Diamond, tornou-se o símbolo da arte da Tiffany em lapidação e corte de pedras. Foi nessa época que a empresa passou a ser considerada a Rainha dos Diamantes.
Incorporada definitivamente na cultura americana, a Tiffany passou a desenvolver designs especiais para celebrar momentos históricos. Em 1885, a joalheira foi chamada para redesenhar o Grande Selo dos Estados Unidos, estampado na nota do dólar. O convite para a inauguração da Estátua da Liberdade, em 28 de outubro de 1886, também foi desenhado e gravado em suas oficinas.
O filho de Charles, Louis Comfort Tiffany, estabeleceu em 1902 o departamento de design e manufatura de jóias conhecido como Tiffany Art Jewerly. Um andar inteiro da joalheria foi dedicado à exibição das criações dos Tiffany Studios, o ateliê de Louis Confort Tiffany, onde funcionava uma espécie de laboratório de criação para o jovem designer. Louis ficou conhecido por suas peças coloridas e esmaltadas, esculpidas em forma orgânica. Inspiradas na flora e fauna americanas, elas refletiam o espírito do Art Nouveau. Jóias e objetos de design como as famosas Tiffany Lamps iriam se tornar peças de colecionadores, presença garantida nos acervos dos grandes museus do mundo.
Em 1940, a Tiffany & Co. mudou-se para o atual endereço: 727, 5ª Avenida, esquina com a rua 57, em Manhattan. O elegante prédio de cinco andares, desenhado pela firma Cross & Cross, foi incluído como um dos prédios no Registro Nacional de Locais Históricos Americanos. A entrada da loja é guardada pela figura mitológica do deus Atlas. Trata-se de uma estátua de aproximadamente trinta centímetros que está na Tiffany desde 1850.
Na década de 1950, o designer Jean Schlumberger foi convidado para ser o desenhista exclusivo da casa, dando continuidade a um legado de designers de renome, assinando coleções autorais. Jean Schlumberger transformou as maravilhas da natureza pássaros exóticos, flores e a vida marinha em fantásticas jóias.
Em 1950, o escritor Truman Capote, especialista em crônicas da sociedade nova-iorquina, lançou o livro Breakfast at Tiffany's (Bonequinha de Luxo - tradução nacional). Onze anos mais tarde, em 1961, Hollywood produziu o filme baseado no livro, convidando a atriz Audrey Hepburn para o papel da irreverente Holly Golightly, uma garota de programa que sonha casar com um milionário e de cuja máxima ninguém esquece: Nada de ruim pode acontecer a você na Tiffany. A cena em que a atriz contempla a vitrine da Tiffany & Co., enquanto seu príncipe encantado não vem, imortalizou a marca. O filme reforçou essa imagem da marca como símbolo de algo bonito, exclusivo e também de um lugar muito agradável de ir.
Somente em 1963, a empresa inaugurou sua primeira loja fora da cidade de Nova York, em São Francisco, Califórnia. E em 1972 inaugurou sua primeira loja internacional, no Japão, iniciando a expansão internacional da marca. Em 1974, foi a designer Elsa Peretti que inaugurou uma nova estética caracterizada pela abstração de formas naturais, como lágrimas, corações, ossos, maçãs, feijões e estrelas dos mar. Por sua vez, Paloma Picasso marcou o retorno da cor e da opulência da moda com jóias cheias de vitalidade e imaginação, tornando-se um ícone do glamour. Finalmente, em 1986, a joalheria ingressou no mercado Europeu com a inauguração de uma loja na cidade de Londres.
A empresa desembarcou no Brasil em 2001, com a inauguração de uma loja no luxuoso shopping Iguatemi. A inauguração da loja, festejada com um desembrulhar da famosa caixa azul, teve direito à trilha do filme Bonequinha de Luxo e covers da atriz Audrey Hepburn na pele de Holly Golightly. Em pouco tempo de atividade, a Tiffany paulistana já entrou para o roteiro dos objetos de desejo na cidade. Em outubro de 2003, mais uma loja foi aberta na cidade, dessa vez na rua Haddock Lobo. As duas lojas em São Paulo são os únicos pontos de venda da marca na América do Sul. Um fato interessante é que apenas no Brasil as vendas dos produtos Tiffany & Co. são parceladas em até três vezes.
Hoje, o diretor criativo da Tiffany, John Loring, também autor de mais de dez livros sobre a empresa, explica que a proposta da Tiffany até hoje é a mesma, ou seja, desenhar peças que se perpetuam. Segundo Loring, o ponto de partida para o estilo Tiffany são as idéias simples mostradas de uma maneira totalmente inesperada. Além das jóias, a companhia vende: relógios; artigos de prata, cristal, vidro e porcelana; talheres diversos; materiais gravados e acessórios de moda. Produtos de fragrância são vendidos sob as marcas registradas de Tiffany, Pure Tiffany e Tiffany for Men.