Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais

Diminuindo riscos, gerando certezas!



PERDIGÃO

Liderança e posição de destaque nos seus segmentos de atuação, marcas fortes e presença no mercado global. Foi assim que a Perdigão se consolidou como uma das maiores companhias de alimentos da América Latina. A história da empresa está extremamente ligada ao desenvolvimento do estado de Santa Catarina, ao crescimento e industrialização do Brasil e à grande visão de seus fundadores, os Ponzoni e os Brandalise. Hoje a empresa opera unidades industriais em seis estados brasileiros e sua presença internacional supera a marca de cem países.

A Perdigão tem sua trajetória associada à própria história do setor alimentício no país. Nos primeiros anos da década de trinta, no meio-oeste de Santa Catarina, descendentes de duas famílias de imigrantes italianos - os Ponzoni e os Brandalise - estabeleceram um pequeno negócio de secos e molhados. Inaugurado em Vila das Perdizes, às margens do Rio do Peixe, o armazém com o nome de Ponzoni, Brandalise & Cia., foi o início da empresa que daria origem à Perdigão.

No final daquela década, a empresa expandiu suas operações ligadas à exploração do comércio em geral, com ênfase em produtos alimentícios e produtos correlatos, para incluir o processamento de suínos. Em 1939 iniciou as atividades industriais com um abatedouro de suínos. Dois anos mais tarde a Perdigão mudou sua identificação visual e foi criado um novo logotipo, que trazia um casal de perdizes. No ano de 1942, o abate de suínos alcançou a marca de 100 animais por dia, o que exigiu a melhoria tecnológica dos equipamentos do frigorífico.

Consolidada a atividade comercial e de processamento de suínos, os investimentos da empresa direcionaram-se para a agropecuária, com a construção da Granja Santa Gema, em Videira (SC), voltada à produção de animais de alta linhagem, em 1954. Um ano depois teve início o abate de aves. A atividade era realizada de forma artesanal nas dependências do frigorífico de suínos. Em 1958 foi alterada a razão social da empresa, que recebeu a denominação de Perdigão S.A. Comércio e Indústria.

Os laboratórios para o controle microbiológico e físico-químico dos produtos nas unidades industriais foram instalados em 1963. Estes laboratórios foram os embriões das áreas de controle da qualidade e de pesquisa e desenvolvimento da empresa. A ênfase na qualidade dos produtos, segurança dos processos e portfólio diversificado de produtos tem sido uma preocupação constante da Perdigão desde muito cedo. A empresa também investiu no monitoramento da saúde e tratamento das aves e suínos em todos os estágios de suas vidas e no decorrer de todo o processo de produção.

No ano de 1975 foi construído o primeiro abatedouro exclusivo para aves e a Perdigão tornou-se uma das pioneiras na exportação de carne de frango, que contou como destino à Arábia Saudita. O ano de 1979 foi marcante para a empresa. Com a finalidade de oferecer ao mercado uma alternativa diferenciada de consumo de carne de aves, a empresa importou dos Estados Unidos as primeiras matrizes da espécie Gallus Gallus e deu início a um programa de melhoramento genético com o objetivo de desenvolver uma ave especial. Nascia ali à marca Chester: com 70% de suas carnes concentradas no peito e nas coxas.

No início dos anos 80 a holding Perdigão S.A. Comércio e Indústria abriu seu capital e passou a comercializar ações na bolsa de valores. Em 1983 foi lançada a linha Chester, pioneira em produtos industrializados com baixo teor de gordura. Em 1989 foi lançada a linha Turma da Mônica, pioneira no Brasil no segmento de produtos industrializados de carnes com baixa condimentação. No ano seguinte os abatedouros de aves de Capinzal (SC) e Marau (RS) foram aprovados para exportar para a União Européia.

De 1990 a 1993, a empresa experimentou prejuízos substanciais em razão do aumento de despesas financeiras, baixo investimento em desenvolvimento de produtos, capacidade limitada, bem como divulgação modesta de seus produtos. Em setembro de 1994, enfrentou uma crise de liquidez em decorrência da qual a família Brandalise vendeu suas participações na companhia, que consistia em 80,68% das ações ordinárias e 65,54% das ações preferenciais, para oito fundos de pensão.

Os fundos de pensão originais contrataram uma nova equipe de diretores que reestruturou a administração e implementou aumentos de capital e programas de modernização. A nova administração realizou uma reestruturação societária, alienou ou liquidou operações comerciais não preponderantes e incrementou a estrutura financeira. Desde que seu controle acionário passou para o pool de fundos de pensão, a Perdigão adotou um modelo de gestão que introduziu importantes mudanças em sua administração, considerada um exemplo em expansão, inovação e solidez.

Em 1999 a empresa entrou no mercado de massas prontas congeladas com a linha Toque de Sabor. O primeiro produto lançado foi a Lasanha à Bolonhesa. A Perdigão chegou ao Paraná em 2000, quando adquiriu 51% do capital da divisão de produtos cárneos da Batávia. Um ano mais tarde, comprou os 49% restantes e incorporou à empresa, preservando a marca Batavo. A empresa acessou rapidamente o promissor mercado de carne de perus e, desde então, vem investindo no aumento da capacidade de abate e ampliação do parque agropecuário.

Em 2000, a Perdigão foi a primeira empresa brasileira de alimentos a lançar ações (ADRs) na Bolsa de Nova York. Em 2001, fez parte do primeiro grupo de empresas a aderir ao Nível 1 de Governança Corporativa da Bovespa. Em 2006, a companhia pulverizou seu controle acionário e entrou para o Novo Mercado da Bovespa, o nível mais alto de Governança Corporativa. Com a adesão ao Novo Mercado, a Perdigão consolidou sua posição de excelência na gestão por parte dos fundos de pensão e espera manter o patamar de crescimento médio anual acima dos 10% registrado nos últimos anos.

Em 2006, a Perdigão entrou no segmento de lácteos com a aquisição de 51% da Batávia S/A – Indústria de Alimentos (mas em 2008 iria adquirir os outros 49% que eram de posse da Parmalat, tornando-se a única dona da Batávia). A empresa atende dessa forma seus objetivos de continuar crescendo em percentuais semelhantes aos sustentados na última década, tanto em volumes como em receitas, sem, entretanto, elevar a concentração de seus negócios nas áreas de carnes de aves e de suínos.

Atualmente, a Perdigão opera unidades em seis regiões do Brasil: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, São Paulo e Mato Grosso. No exterior, a empresa possui escritórios de vendas na Inglaterra, França, Japão, Holanda, Rússia, Cingapura e Emirados Árabes. No mercado interno, a companhia opera, principalmente, com as marcas Perdigão, Chester, Batavo, Turma da Mônica; no mercado externo, principalmente com as marcas Perdix, Fazenda (Rússia), e Borella (Arábia Saudita). Em 2007, através da aquisição do negócio de margarinas da Unilever, passou a trabalhar com as marcas Doriana, Delicata, Claybom e Becel, esta última através de sua joint-venture. Seu mix abrange mais de 400 produtos.

Os custos de alimentação animal e custos de mão-de-obra, de modo geral mais baixos, e os ganhos com eficiência em produção animal no Brasil, constituem uma boa vantagem competitiva para a empresa sobre produtores localizados em alguns dos mercados de exportação em que atua. A Perdigão também alcançou escala e qualidade de produção que lhe permite concorrer de maneira eficaz com os principais produtores no Brasil e em outros países. Sua capacidade instalada é de abater 10 milhões de cabeças de aves por semana, 70 mil cabeças de suínos por semana, além de congelar 730 mil toneladas de carne de aves por ano e 510 mil toneladas de carnes de suínos por ano.

Topo